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Babel do canto dos pássaros...

Quisera eu fugir e subir a um monte muito alto…
e lá deixar esquecida a minha alma...
…mas o canto dos Teus pássaros não mo autoriza

Como Te poderei entender assim,
meu Jesus, Esposo da minha alma sedenta só de Ti…
como poderei entender o canto dos Teus pardais
que batem as asas nas imperfeitas vidraças da minha alma?

Oh…! Triste babel a minha que,
mesmo sendo esta alma feita só de coração e asas
sabe escutar assim o canto dos pássaros que voltam,
voltam e tornam a partir e a voltar, num rodopio sem fim…

Ontem, um mocho avistou-me ao longe,
vi a sua figura recortada no entardecer do dia,
ali, onde gosta de estar, sobre o muro
(se não houvesse muro, nem eu o veria,
nem ele teria onde pousar com tanto gozo)
e piava desalmadamente, e eu ali, congelei
sim… congelei por receio que ele voasse assustado…
e desejava aquela presença tão rara e bela, por uns instantes que fosse.
Numa engraçada babel de melodias dei por mim
a fazer a triste figura de imitar o piar dele… e para espanto meu,
ali ficámos por uns instantes,
até que eu continuei a minha caminhada
e ele abriu as suas belíssimas asas de enorme envergadura e se foi

Lembrou-me um outro episódio,
há dias, encontrei uma cria de mocho
(quem sabe se não seria a mesma criatura)
que deveria andar a aprender a voar.




Ali estava, muito quieto à porta da capela
(parece invenção, mas acredita que não é!)
Aproximei-me dele e ele não se assustou
revelando-me aqueles belos e grandiosos olhos
Espantei-me terrivelmente com a doçura da criatura
que permitiu que eu lhe pegasse (tão quieto…pensei que estivesse ferido!),
sem piar, nem picar… abria o bico, o pobre tão dócil,
pensando talvez que eu lhe pudesse dar algum alimento.
E, ao aproximarem-se mais pessoas, lá voou rasteiro ao chão
num voo desajeitado… e nunca mais o vi

Andava rebelde o nosso pobre de Assis, porque a meio desse mesmo dia
entra dentro de casa, esbaforido,
um pardalito desesperado por querer voltar a sair de casa

Quisera eu, meu Senhor, que quebrasses todas essas torres de babel...
mas é encantadora a melodia do canto dos teus pássaros
e é suave a Tua brisa nos seus cantos
e entristece-me saber que nem todas as alamedas dos bosques
entendem essa misteriosa linguagem do Teu Amor
Mas o coração vive terrivelmente a saudade dessa segurança e paz,
mesmo no meio sempre de tantas escuridões e desertos…
porque temem os Teus pássaros, Senhor, tantas vezes, de cantar as Tuas melodias?
Porquê, Senhor? E tantas perguntas Te quereria fazer…
mas deixas que os Teus pássaros cantem por Ti…

7 comentários:

#*..*# disse...

Ah... Anawîm...


Como é doce vir e ficar aqui com vc (meu São Francisco de Assis de nossos dias).
Obrigada Meu SENHOR, por eu ter descoberto esse cantinho tão SEU, SENHOR e tão de todos que aqui queiram vir.

joaquim disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
joaquim disse...

Amigo anawîm

Os pardais cantam no teu coração, que deixa falar a voz de Deus.
Ele canta em ti, com o doce encanto do falar das Suas aves.
Sabes às vezes sinto-me esse mocho, ainda pequeno a dar os primeiros passos.
Anseio por voar alto, mas apenas posso ainda voar rasteirinho.

Lindo cântico, anawîm cantor!!!

Abraço em Cristo

Elsa Sequeira disse...

Querido Anawîm!!!
Como andorei este momento!
Como adoro as aves, livres, livres cantando e voando!!


beijinhos!!

ps - Eu continuo a voar nas asa das andorinhas!!!

pe.cl disse...

"...é encantadora a melodia do canto dos teus pássaros e é suava a Tua brisa nos seus cantos..." ANAWIM, neste findar de dia como me encantou este teu canto que deixou transparecer a brisa suave da presença de Deus.

Obrigado por mais este doce momento, abraço apertado em Jesus.

PS - Desculpa o desafio que te fiz no meu blog.

Anawîm disse...

#*..*#... estrela amada do nosso Deus,
"Grandes são as obras do Senhor,
admiráveis para os que nelas meditam..."Sl 110
que os nossos olhos se maravilhem então com toda a Sua criatura, manifestação so Seu Amor
Abraços grandes, n'Ele



amigo Joaquim... somos todos aquele pequeno mocho, voamos rasteiros ao chão, com os nossos medos... vale-nos a bondade do nosso Deus que ao ver o nosso coração disposto a acolhê-l'O, a deixar que Ele nos pegue e lá vamos nós nos braços d'Ele, mesmo sem saber voar... e, às vezes lá nos atira ao ar... assim aflitos e entregues é impossível não bater um pouco as asas...



elsita do Coração de Deus,
também eu "andoro" quando voas por aqui... com mochos, pardais ou...patos (eheheheheheeheheh)



pe.cl
cantemos todos o Eterno Amor do nosso Deus... preenchamos o mundo com essa brisa suave só d'Ele...
e não sei se te perdoo.....eheheheh

Anónimo disse...

Aprendi muito