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no meio de todos os olhares

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Entrar em “Jerusalém” é coisa de poucos…

No calor da festa, no meio de alguma exaltação quase se podem ouvir os ecos:
“Olha, o profeta…”
“Olha, é alguém importante, certamente…”
“Olha, o ‘labrego’ nazareno armado em não sei quê”
“Olha, é aquele que me salvou da escuridão em que sobrevivia eu”
“Olha, mas… quem é este?”
“Olha, parece o tal filho do operário José, é preciso cuidado com ele pois ‘envenena’ o povo com o que diz e faz.”
“Mas… quem é este, sabes?”
“Olha, finalmente chegou aquele que nos vai livrar dos cães romanos.”
“Olha, é o Yeshu…”
“Olha, que se passará aqui?”

E no meio de todos os olhares daqueles que vêem e dos que fecham os olhos,
quantas vezes passas
quantas vezes entras em Jerusalém?
entre nós poderíamos pensar que vais direito à “boca do lobo”
e sabendo bem que não eras um qualquer adivinho do futuro,
sabemos bem também que nada na tua decisão de “entrar” ali é ingénua ou inconsciente…
… o mal podia tocar-te, sim
podia até matar-te se não pactuasses, confortavelmente, com ele.

Yeshuah de Nazaré…
que coragem absurdamente enorme é precisa para assumir aquilo em que se acredita?!
Sabias bem onde estavas a “entrar”…
… e quase ouço o eco de Isaías, que acredito que tenhas lido muitas vezes, dizer:
“não desviei o meu rosto…
… tornei o meu rosto duro como pedra” Is 50,6.7











Yeshuah de Nazaré…
deixa-me ficar contigo…

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