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5... do povoado dos pescadores... ao mundo inteiro...




Aqueles momentos sempre alegres, à mesa… já me parecem tão longe… tão longe, longe demais.

Os do grupo surgem com os rostos mais confusos que já vi…
Os olhos perguntam, olham em volta à procura de respostas que se possam entender!...
“Ele deixou-se ‘apanhar’… como é possível?
Como é possível que desta vez não tenha sido como das outras, passando pelo meio deles e seguindo adiante no caminho?...
Como é possível? Ele deixou-se ‘apanhar’, deixou-se ‘amarrar’ pelos inimigos do Amor!...
Porque recusou ele as nossas espadas?
Porque recusou ele a nossa luta?
A um gesto dele… um gesto só e teríamos morto esses poucos soldados…
Que vergonha de profeta é este que se deixa prender e levar?
Onde está o descendente glorioso do rei David?
Que vergonha nos deixa!!!
Terá ele algum plano?...
Que pensará ele fazer com isto?
Se ele se deixou ‘apanhar’, o que pensarão eles de nós… que facilmente nos poderão agarrar também?
O que irão fazer com ele?”


Eu vi…
… ele não correu para a tortura cruenta da cruz com um sorriso nos lábios.
Ele sempre amou intensamente esta mesma vida, esta que vives tu aqui e agora!!!
Nele não havia qualquer gosto ou prazer em sofrer,
e nada nele havia de um deus à nossa imagem, poderoso e cheio da força deste mundo, capaz de suportar as chicotadas e a asfixia daquela tortura final…
Sim, naquelas traves de madeira não se morre com cravos pregados na carne, não se morre com espinhos na fronte… nessa tortura morre-se depois de uma longa luta contra o peso do próprio corpo que asfixia… para se erguer e conseguir encher de ar os pulmões…
… mais uma vez, e mais outra, e mais outra…
… até já não haver mais forças que façam erguer, para respirar de novo o ar deste mundo…

- Amor meu… Amor que te fizeste meu… meu Yeshuah…
onde estão os teus amigos, onde estão os do grupo?
Vejo-os agora,
hoje e agora mesmo a acobardarem-se ainda diante do Momento da Verdade.
É agora a hora de assumir a Verdade do Amor
Rabi…
Rabi…
O meu Coração chora…
Rabi que te tornaste o Amor meu…
Amor meu, Amor meu, que fizeram ao teu rosto?
Amor meu, Amor meu, que fizeram ao peito onde tantas vezes me reclinei a escutar-te?
Amor meu, Amor meu, porque expuseram toda a tua nudez diante de quem passava?Amor meu… porque permitiste?

Amor meu… Amor meu…
Onde estão os teus profetas?
Amor meu… ONDE ESTÃO OS TEUS PROFETAS…???
Onde estão eles “que só se reconhecem quando estão mortos”?
Onde estão eles?
Preciso do alento da tua vida!
Preciso comungar a tua Vida toda… dessa que é eterna e que já se vê aqui…!
Preciso, Amor meu…
Preciso de ti
Amor meu… tu sabes, tu sabes que eu estava lá… e estou contigo, tu sabes!...
Acreditas e vives tudo o que falaste
Acreditas e vives tudo o que falas...
Jamais negarias a Verdade do Amor!


Vejo-o nesse último erguer-se, no fim de todas as forças… Viveu até ao fim, até ao extremo!
COMPLETAMENTE abandonado… Completamente só…
… deixou-se cair completamente nos braços d’Aquele que nunca viu
confiou, numa fé absolutamente cega… ele não tinha certeza nenhuma do que estaria do outro lado, do lado de dentro da vida
E Deus… o Amor Inteiro… justificou-o! Confirmou-o! Gerou-o Filho! Amou-o!

O único limite que havia nele, a morte libertou-o dele
Um último erguer-se de vida no tempo, e o último alento permanece ainda agora e hoje, mais vivo que nunca, mais forte e intenso que nunca…

“E inclinando a cabeça, expirou.”



… e esse alento que te habitava e consumia inteiro, toda a tua vida, essa Ruah… tu nos entregaste… e inflamaste o mundo inteiro com esse alento de Fogo, pleno da Tua Vida Ressuscitada
Finalmente acordaste, Amor meu, finalmente acordaste…
Finalmente despertaste do sono da vida… despertaste na Comunhão totalmente perfeita no Deus(Pai/Mãe)-Amor… AMÉN… ALELUIA!!!
Finalmente despertaste… e contigo despertam todos os que vivem contigo
Amor meu… Amor meu…
Ensina-me agora essa dança que começaste comigo e vives agora em plenitude
ensina-me, meu Mestre, meu Amor…
tenho fome de eternidade
tenho fome de ti
HOJE RECUSO-ME A ADORAR QUALQUER INSTRUMENTO DE TORTURA EXPOSTO POR COBARDES!...
HOJE RECUSO-ME A ADORAR A MORTE, QUE O MEU AMOR MATOU!
A VERDADE DO AMOR VENCEU!
A VERDADE DO AMOR VENCEU!
A VERDADE DO AMOR VENCEU!

2 comentários:

Anónimo disse...

VENCEU!!!!!!!!!

VIVO!!!!!!!...

Obrigado, por esta caminhada tão bonita... de Nazaré ao MUNDO inteiro...

O-B-R-I-G-A-D-O!

Um abração gigante e quentinho cheio de VIDA!

Ricardo Soalhães disse...

Por estes dias somos invadidos por uma atmosfera de memória.
Aprecio a tua actualização!
Agradeço o comentário que fizeste àqueles bocados de mim.
Abraço