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3 - As tempestades








Jonas, aquele cujo nome significa “pomba”, a pomba que é uma ave sossegada e mansa, é também a mensageira.
É o símbolo da Paz por excelência.

Mas, neste episódio, com a infidelidade à sua missão, Jonas parecia ter aborrecido a Natureza inteira com aquela tempestade que se levantou durante a sua fuga de barco.
É claro como, este “pombo”, será lançado fora do barco, não como carga a mais, como aquela que já fora atirada momentos antes, mas na Esperança e com Fé naquele Deus que pudesse conceder a Paz…

Faz lembrar o Dilúvio e Noé com a sua barca. Quando tudo sossega é lançada a pomba, para que traga a Esperança, e que busque a certeza da Paz em terra firme… é preciso que ela seja lançada fora, liberta, enviada, para que traga o sinal, o ramo de oliveira, sinal da Vida renascida.

Quem sabe se não é este o tal “sinal de Jonas”?...
O sinal da Vida renascida que não é obra somente de quem traz a Boa Notícia, mas de quem é o Autor dela… o próprio Deus, através de um mensageiro que tenha muito ou pouco jeito para a “coisa”.

O mensageiro não pode nunca, de facto, ser o centro do que anuncia, senão estaria tudo arruinado… e os demasiados elogios na missão são fraco sinal, como bem sabemos… Jesus não era amado por todos, por causa da sua absoluta fidelidade Àquele que animava o seu anúncio. O centro da mensagem é Deus e a Sua justiça de Amor perfeito… perfeito… perfeito… tão perfeito para com TODOS, que nem sabemos o que é. Queremos fazer Deus agir dentro das medidas da nossa justiça, e afinal de contas não sabemos verdadeiramente o que é a justiça.
Se eu te perguntasse o que isso é… responder-me-ias o que conheces… sempre a lei “olho por olho, dente por dente”, e o Mensageiro de Nazaré fala-nos de um jeito tão diferente que nunca mais acabamos de compreender… “Se te pedirem a capa, dá-lhe também a túnica”.

Mesmo nada fiel ao pedido do seu Deus, Jonas é a mediação entre Deus e a Humanidade porque Deus quer oferecer a Vida e a Paz àquele barco onde a sorte de um era a sorte de todos… pagãos ou crentes, fiéis ou infiéis, bons ou maus.

Jonas disse: “Ergam-me, levantem-me e lancem-me ao mar…”

Os preocupados e tão simpáticos marinheiros bem se esforçaram por se aproximar da margem, mas não conseguiram.
E Jonas, lançado ao mar por vontade própria, é como que engolido pela morte que habita no desconhecido fundo do mar.
Durante 3 dias e 3 noites mergulha na mais obscura profundeza de si próprio.

Depressa chega o momento de Deus o levantar de novo.
Diz a história que, por vontade de Deus, Jonas é “vomitado” na praia pelo grande peixe. E que diz Deus a Jonas? Poderíamos esperar agora uma palavra de correcção da parte de Deus… mas não, dirige-se a Jonas enviando-o, dizendo:
“Levanta-te, vai…”

Que Deus Bom, Paciente, tão Livre…!

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