Ainda me lembro de ver encostado lá por casa, na aldeia,
o tear enorme da minha bisavó.
Fazia tantas mantas assim
com fios de mil cores,
de tanta variedade de tecidos
e de tantos trapos já considerados inúteis,
de texturas tão diferentes entre si.
Lembro-me que quando as mantas eram só de fios de pano branco não tinham tanta graça.
A técnica era sempre a mesma… independentemente das cores ou texturas
depois do tear estar já preparado
os mil e um fios de trapo, tão diferentes entre si, são unidos por nós, formando um só fio
e depois, então a ponta do fio era presa na lançadeira e…
… sempre achei piada ao nome… porque aquela peça serve mesmo para lançar,
para atirar o fio de tecido por entre as linhas que o hão-de segurar, sustentar
depois, os fios de pano têm que ficar sempre muito juntos, apertados mesmo.
Sem este cuidado calmo e paciente de apertar juntando muito bem os fios, a manta que se vai tecendo ficaria mole, sem resistência,
facilmente se romperia com pouco uso.
E isto tudo tanto me faz lembrar a nossa Humanidade…
facilmente se romperia com pouco uso.
E isto tudo tanto me faz lembrar a nossa Humanidade…
2 comentários:
realmente não podemos voltar à infância mas a realidade é que o nosso onconsciente tem esa faculdade. Até os odores da infância me vêm à memória! E dizem os ateus que Deus não existe!
quiz dizer inconsciente!
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