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Procura um lugar perto onde te sintas bem.
Senta-te numa posição confortável para ti.
Respira fundo e toma consciência do teu corpo, sente-te um todo, da cabeça aos pés.
Respira fundo e pensa como és corpo, carne, sangue, vida, respiras por seres gerado pelo Amor, pelo teu Criador, um Deus Bom…
Respira fundo e toma consciência da presença d’Ele, contigo.
Depressa tantos pensamentos que só surgiam na mente como quem sussurra, e talvez tantas vezes os tentasses calar… parece que aqui aumentam de volume, agora fazem “barulho” dentro de ti.
São preocupações com alguém que está de alguma maneira próximo ou longe. São lembranças amargas do passado. São um saborear de algum acontecimento bom. São desilusões. São esperanças. São preocupações com o futuro próximo ou longínquo. São medos. São inquietações. São queixas. São sonhos.
Se ficas um pouco de tempo neste silêncio, e se o teu Coração tem andado agitado nesta época da tua vida, pode surgir uma chuva de pensamentos, umas vezes chuva miudinha outras vezes torrencial.
Não fujas nem tenhas medo. Que importa a maneira como “chove”?
Pára só e respira fundo.
Deixa que tudo o que vai surgindo na tua mente espreite e apareça sem medos na tua presença… e vai-te afastando de todos eles como quem recua para os ver melhor no seu todo. Como quem se afasta um passo de um quadro enorme, para ver todo o conjunto de linhas, traços e cores.
É a tua vida agora, és tu que ali estás.
Deixa que todos os pensamentos apareçam, deixa-os “dançar” na tua mente, sem medos, e assume o lugar de quem só assiste a esta dança. Deixa-te estar assim, sem fazer nada.
É difícil, mas é possível, estar por instantes sem fazer realmente nada.
Sem julgar, sem analisar, sem planear, sem revoltar, sem desesperar, sem imaginar.
Só estar.
Toma consciência, então, que não estás só. De tantas maneiras Deus vai-Se fazendo presente na tua vida.
Estabelece esta ligação vital com Aquele que te moldou e te soprou com o Sopro da Sua própria Vida.
Faz tudo isto em silêncio, ou se te ajudar mais, com uma música muito suave e em tom baixo.
Deixa-te estar o tempo que puderes, ou o tempo que te apetecer e depois, “desce do monte” e vive sintonizado, em harmonia com o teu Deus.
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Mc 1,35 “De madrugada, ainda escuro, levantou-se e saiu; foi para um lugar solitário e ali se pôs em oração.”
Mt 14,13 “Tendo ouvido isto, Jesus retirou-se dali sozinho num barco, para um lugar deserto.”
Mt 14,23 “Logo que despediu as multidões, subiu a um monte para orar na solidão. E, chegada a noite, estava ali só.”
Mt 26,36 “Jesus com os seus discípulos chegaram a um lugar chamado Getsémani e disse-lhes: «Sentem-se aqui, enquanto eu vou mais adiante orar.»”
Lc 4,42 “Ao romper do dia, Jesus saiu e retirou-se para um lugar solitário.”
Lc 5,16 “Jesus retirava-se para lugares solitários e aí se entregava à oração.”
Lc 6,12 “Naqueles dias Jesus foi para o monte fazer oração e passou a noite a orar a Deus.”
Lc 9,10 “Ao regressarem, os Apóstolos contaram-lhe tudo o que tinham feito. Tomando-os consigo, Jesus retirou-se para um lugar afastado, na direcção de uma cidade chamada Betsaida.”
Lc 9,18 “Um dia, quando orava em particular, estando com Jesus apenas os discípulos, perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que eu sou?»”
Lc 9,28 “Uns oito dias depois destas palavras, levando consigo Pedro, João e Tiago, Jesus subiu ao monte para orar.”
Lc 11,1 “Sucedeu que Jesus estava algures a orar. Quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar…»”
Jo 6,15 “Por isso, Jesus, sabendo que viriam arrebatá-lo para o fazerem rei, retirou-se de novo, sozinho, para o monte.”
Jo 11,54 “Por isso, Jesus já não andava em público, mas retirou-se dali para uma região vizinha do deserto, para uma cidade chamada Efraim e lá ficou com os discípulos.”
É incrível como são tantas as referências a estes momentos de afastamento de Jesus para orar. Provavelmente passam-nos despercebidos a maior parte das vezes. Mas não pode ser por acaso que as comunidades onde nasceram os evangelhos sentiram ser fundamental esta referência permanente.
Nos relatos que lemos, estes momentos de afastamento de Jesus acontecem sempre antes ou depois de algum grande acontecimento.
Jesus “trabalha”, como Deus “trabalha” continuamente na Sua Criação… mas em cada momento importante Jesus procurou sintonizar, beber da Fonte do Seu Deus, numa proximidade e cumplicidade tão grande que até começou a senti-l’O e por isso chamá-l’O Pai. É como se assim, com esta busca permanente de se sentir na presença no seu Deus, Jesus dissesse: Atenção que o que aconteceu, ou o que vai acontecer não é coisa minha. Sou eu com o Pai e os interesses d’Ele, o ReinoFamília, que estão nisto.
E nós?
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2 comentários:
Também.
Anawim, não imaginas como hoje me soube bem ler-te!!!
Obrigada!
Apenas ouso dizer...
Muito Obrigada!
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