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1 - Ler nas "entrelinhas" dos relatos do nascimento e infância de Jesus

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Nestes dias que antecedem a nossa Celebração do Natal vou recolocar aqui as partilhas que já fiz por cá sobre os relatos do Nascimento e Infância de Jesus...
Para quem já os leu, é sempre bom lembrar e procurar aprofundar e rezar estes mistérios.
Para quem ainda não leu, cá está uma oportunidade para abrir um pouco os olhos do Coração a este Mistério belíssimo.
Um abraço a todos







“…para bem entender o que Deus nos quis transmitir, deve investigar atentamente o que os autores sagrados quiseram dar a entender e aprouve a Deus manifestar por suas palavras… especialmente deve tomar em conta o género literário” (Dei Verbum, nº12)

É o que a Igreja recomenda aos que buscam a Verdade, a Mensagem que não envelhece, a belíssima Notícia sempre nova que os Evangelhos têm escrita. E, porque esta época merece tal empenhamento, vou fazer por aqui uma pequena caminhada com os relatos do nascimento e infância de Jesus. Estes relatos dizem muito mais do que o olhar desatento capta.

Já é óbvio para nós que os evangelistas, não acompanharam Jesus com um bloco de notas sempre à mão para tirar apontamentos de tudo o que iam presenciando.
Os Evangelhos (“Eu-angelion”= “Feliz-notícia”) que conhecemos por Marcos, Mateus, Lucas e João começaram a ser escritos dezenas de anos depois da morte e ressurreição de Jesus, com um objectivo muito claro.
Esse objectivo nunca foi o de elaborar uma descrição histórica de acontecimentos da vida de Jesus, mas sim, escrever uma catequese para formar e consolidar a fé das comunidades que foram surgindo do seguimento de Jesus. São comunidades que surgiram do anúncio primeiro da ressurreição de Jesus, algumas delas nasceram no próprio meio judaico, outras no meio pagão.

É destas comunidades que, depois delas mesmas reflectirem profundamente sobre a Revelação de Deus manifestada por Jesus, surgirão os Evangelhos.
São, então, escritos fruto da reflexão teológica de comunidades, para formar os fiéis das comunidades.

A técnica própria daquele povo, os “slides” e o “datashow” daqueles tempos para a apresentação desta catequese é um jeito de escrever muito interessante chamado de “midrash hagádico”, que consiste em pegar num facto real ou frase escrita, trabalhando-a, embelezando-a, com o objectivo de realçar e dar importância a uma grande verdade da fé.
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