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banquetes...



Ele observava…
… ainda hoje, agora, faz repousar o Seu olhar
sobre mim, sobre ti…
não para ver onde cometes falhas, nunca…
mas porque te ama,
porque te ama não consegue tirar os olhos de ti,
ama-te
acolhe a tua vida
escuta-a
e fala-te sobre ela.

Ele observava “como eles escolhiam os primeiros lugares…Lc 14,7
Banquete… a vida que deve ser feita festa da Alegria e da Partilha do Amor
Refeição... os dons que nos são dados para partilhar e não para acumular
Eles… todos os teus irmãos
escolhiam… nunca o nosso Deus predefine “lugares”, missões, títulos, distinções, glórias a ocupar. Ele dá aos seus filhos a liberdade de escolher, sim, sempre.
Que lugar queres tu?
… os primeiros lugares na escola ou universidade quando pisamos e humilhamos o outro, porque nós deveremos ter mais mérito, melhor nota, e pisa-se o outro porque acima de tudo é preciso ser aquela espécie de “o melhor” e o “mais popular” também pode ser… numa pseudo liberdade em que reina o “vale tudo”… é o “primeiro lugar” que tantas vezes escolhemos
… os primeiros lugares no emprego, ou na procura dele também, porque sou diplomado e o outro não, e por isso, o outro não presta e é um “coitadinho”… há sempre a vontade de subir, subir, subir até àquele tal “primeiro lugar”, a qualquer custo, tantas vezes a pisar o colega, chega-se a sabotar o trabalho do outro para que seja desconsiderado, para que sejamos melhor vistos, nós, mais considerados, aparentemente mais dignos de confiança, para subir. Para ganhar “mais uns tostões” perde-se a cara, a honra, os valores mais profundos e pactua-se tantas vezes com a desonestidade para nos podermos sentar “naquele primeiro lugar” de prestígio, de glória, de poder… “insensato, não sabes que amanhã entregarás a tua vida ao Criador?”
… os primeiros lugares na igreja… sim, aí também há “primeiros lugares”, e tanto se dançam as danças da sacristia, à volta das figuras de destaque, em busca das honras, em busca de louvores… chocam-me sempre, profundamente aqueles momentos de acotovelamento e precipitação e empurrões que acontecem tantas vezes, no momento tão Sagrado e Puro da Comunhão do Corpo Santíssimo de Nosso Senhor Jesus!
e bem se vê… fora daquele solo sagrado, bem se vê aquele farisaísmo latente, e falam da abundância que afinal trazem no coração, sem se importarem de pisar toda e qualquer espécie de “pobre”

Busca desenfreada
sem Paz
sem Amor
sem Atenção ao outro
sem escuta
sem… vida
Não é preciso agarrar por um braço àquele pobre desgraçado que vive na rua (tantas vezes porque ele mesmo assim quer viver) para o sentar à mesa connosco, para que assim finalmente possamos praticar a caridade. Duvido se será isso o que o Senhor nos pede hoje, que tal como ontem nos diz “pobres sempre os tereis” talvez existam mesmo para nos lembrar o quanto também eu sou pobre… mas de uma pobreza e cegueira muito mais grave,
muito mais sem tecto
muito mais sem alimento
muito mais sem amor
muito mais sem fé
muito mais…
muito
mas com pouca vida

É no hoje e agora que o banquete acontece

Peçamos ao Senhor que abra os nossos olhos no meio da cegueira deste mundo que passa, e nos torne atentos ao irmão que vive ao nosso lado, e ao que se cruza no nosso caminho da vida, possamos dizer com S. Paulo, na Epístola aos Romanos e a nós também:
“Seja a vossa caridade sem fingimento.
Detestai o mal e aderi ao bem.
Amai-vos uns aos outros com amor fraterno;
e rivalizai uns com os outros na estima recíproca.
Não sejais indolentes no zelo, mas fervorosos no espírito;
dedicai-vos ao serviço do Senhor.
Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação,
perseverantes na oração.”


3 comentários:

Sandra Dantas disse...

Anawim, coração de monge,
passo para te dar um grande abraço!!!
As férias foram boas!

Gostei do post, assim como dos outros que tenho lido, embora mantenha o silêncio!

Fica bem!

Alma Rebelde disse...

Se a Palavra fosse revelada com esta simplicidade em muitas Catequeses,de certo que muitos compreenderiam bem melhor que o Reino dos Céus começa aqui em baixo....
(Por vezes assusta-me a competitividade desenfreada que açoitam os jovens,a começar nos bancos da escola).
Muito mais pano para mangas dava esta sua reflexão mas fico por aqui,afinal há que economizar...rsrs

Anawîm disse...

sandritaaaaa....
que bom que estás de volta, que bom.... espero que venhas cheia de coragem e força para mais um ano de trabalho que já aí está pela frente.
Abraço forte para ti, menina de Deus!... Por aqui, muito, muito trabalho! Ora por mim, menina...


Rebeldia-do-Pai...
tu que és a imagem da rebeldia d'Ele, por aqui, não precisas de economizar... é, também concordo contigo na simplicidade urgente do anúncio da Palavra, e do Reino dos Céus....por mais que até compreenda algumas místicas mais elevadas, aborrece-me tremendamente o quão desnecessárias e até fúteis são as linguagens rebuscadas e conceitos tão tão tão filosóficos para explicar a vida que tão bela na sua verdadeira simplicidade... o próprio Deus não nos dá "teorias" deu-nos a riqueza de imensa beleza para adivinharmos a Beleza Única que Ele é... que nos deixa, às vezes... sem palavras... eheheh