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9... Quem são os que te escutam, Yeshuah...?

(ui… este post saiu grande!!!…
Vá lá, não levem a mal,
alguns até estarão de férias
e têm assim mais tempo para ler… eheh
É que senti-o tão forte de dentro de mim,
que não o consegui evitar!
Um abraço grande para todos!)





Era uma vez um homem que organizou uma grande festa, um verdadeiro banquete…
(Lc 14, 16-24; Mt 22, 2-13; Evang. Apócrifo de Tomé 64, 1-2)

Era uma vez um homem que organizou um grande e verdadeiro banquete…

Era uma vez um homem que organizou um grande e verdadeiro banquete e para ele tinha alguns convidados…

Era uma vez um homem que organizou um grande e verdadeiro banquete e para ele chamou alguns convidados que, segundo o costume do povo, com um gesto de cortesia praticado pelas gentes mais ricas, envia um servo seu, para os chamar, anunciando:
“Podem vir! A festa já chegou e está pronta para começar!”

Todos os olhares se voltam para o nazareno Yeshuah, enquanto conta mais uma das suas histórias, tentando todos imaginar como seria a abundância da mesa posta, pronta… talvez poucos tivessem tido a oportunidade de ver de perto como eram estas festas dos ricos…

Os convidados de honra e de prestígio, são os primeiros da lista dos convidados que se esperavam mas,
apesar de terem sido convidados com antecedência,
apesar de conhecerem todos os códigos de boa conduta,
apesar de se dizerem sempre tão amigos deste anfitrião… quando chega a hora de celebrar a grande festa, dizem-se ocupados com as “suas coisas”… dizem-se muito ocupados com a posse das suas vidas pessoais.
Os convites haviam sido aceites, a mesa estava pronta… mas os convidados de prestígio, os que reclamam os primeiros lugares, não quiseram entrar e deram desculpas para não estar presentes.
O servo entende que ninguém dos eleitos irá à festa já preparada.
Os que escutam Yeshuah ficarão talvez muito admirados…
“Como é possível recusar um convite destes, para celebrar uma festa? Haverá ocupações tão importantes que façam recusar um convite para celebrar uma festa?”
Todos sabem, mais uma vez, como Deus está representado na imagem do dono do banquete…
Todos imaginam, mais uma vez, quem são os “automaticamente” convidados para a “Casa de Deus” e para o Seu “Banquete”…
Todos entenderão quem são estes os que se recusam a ENTRAR na festa deste Deus Abba…
Todos entendem muito bem… este é um jeito de falar muito característico deste povo.
Todos entendem…
Todos entenderão quem é o servo desta história que é enviado pelo dono da festa, para as ruas escuras da cidade, à procura dos que não se sentem dignos para Entrar neste banquete, onde o seu Anfitrião se recusa a festejar sozinho.

Quem aceitará o convite?
Quem escutará o convite como uma notícia irresistivelmente boa, depois de tantas más notícias de que são feitas as suas vidas?
Quem ficará feliz com o convite para Entrar?
Quem são esses que, tão infelizmente habituados a receber más notícias, ao escutar esta tão diferente, tão boa, pensam não ser para eles, por não se sentirem dignos, por não terem nunca sido convidados a festejar?

O Servo escuta o Anfitrião da festa dizer:
“SAI pelos caminhos, e obriga a ENTRAR até que se encha a minha Casa”

Quem são esses que, não se sentindo dignos para Entrar, é o Servo que corre, que Sai à procura deles pelas ruelas dos bairros pobres, até fora da cidade, junto às muralhas, para obrigá-los a Entrar… arrisca a sua própria vida, porque aos “cheios de prestígio” não lhes agrada esta história, o Servo arrisca a sua própria vida, chegará mesmo a perdê-la nesta busca… e o Dono da Festa lha devolverá confirmada!

É que o Dono da Festa sabe que estes não saberão recusar o seu convite, são os que mais O abraçarão gratos por tamanho dom…
… exultarão de felicidade por serem olhados nos olhos, beijados e abraçados como iguais em dignidade.

Yeshuah vive agora este encontro, este banquete…
Quando és convidad@ para uma festa, a partir desse momento, ainda que a festa não tenha começado, já o teu Coração se alegra e já está como que lá a festejar.
É assim que vemos Yeshuah sentar-se a alegrar-se sempre, à mesa, com todos…

Quem são eles?...



São os pobres com dívidas, que perderam as suas terras, que não têm trabalho certo, que todos os dias procuram trabalho e salário, nem que seja por um dia…

São as crianças, a quem nenhum homem podia tocar, senão ficaria impuro, porque enquanto a criança não se iniciasse na prática das Leis a partir dos 13 anos, era impura até completar essa idade.
São os tantos órfãos, a quem nada mais lhes resta senão pedir esmola, porque perdendo a família, ninguém os acolhe.

São as mulheres que, por causa das suas perdas cíclicas de sangue (Sangue é para os hebreus a própria Vida, que nesta situação inevitável é como Vida derramada, desperdiçada…), vivem impuras uma vez por mês e quando dão à luz.
São as viúvas que, tal como os órfãos, perdendo o marido que era aqui considerado como seu proprietário, não se voltando a casar, ficam completamente desprotegidas pela sociedade.
São aquelas que abdicam da sua honra e dignidade (o bem mais precioso do ser pessoa humana, muito valorizado neste povo), entregando-se à prostituição, vendendo o seu corpo para poder ter algum pão para alimentar-se e aos seus filhos.

São os cobradores de impostos (que eram tão mal vistos como as prostitutas) que não teriam tido talvez outra hipótese de trabalho senão a de se colocarem ao serviço do império que os ocupava, colaborando na exploração do seu próprio povo.

São os estrangeiros

São os escravos

São os que possuem doenças de pele (não existem dados arqueológicos que confirmem a existência de lepra contagiosa naquela região daqueles tempos) e, não por causa de contágios, mas porque causavam repugnância e porque era uma imperfeição no corpo tinham que viver fora das cidades e se alguém se aproximasse deles deveriam gritar, avisando: “Impuro! Impuro!”
Porque era visto mais como “sujo” do que doente.

São os coxos, os paralíticos, os cegos, os surdos, os que possuem deficiência de qualquer tipo, os possuídos ou dominados por alguém que os tratasse mal, porque a sua diferença é vista como uma maldição de Deus a si mesmos ou à sua família e a estes nada mais lhes resta senão pedirem esmola sentados nos caminhos ou nas entradas da muralha da cidade tão santa de Jerusalém, do lado de fora.

São todos estes os convidados…
Todos os que se sentem humilhados e excluídos, sem sequer terem a possibilidade de entrar no Templo e até na cidade tão santa de Jerusalém, o lugar dos “puros” e dos “perfeitos”… E pensavam que Deus os estava a rejeitar, que não gostava deles…
Era tão forte este sentimento, que não consideravam o seu mal do ponto de vista médico, ou do sofrimento físico que muitos teriam, mas do ponto de vista religioso:
“Porquê? Que mal fiz eu? Porquê eu?”
Deus era visto como doador de vida e saúde. Se alguém ficasse doente era porque Deus o havia abandonado por alguma razão, o que provocava mal-estar dentro do povo eleito, e por isso sentiam-se mais seguros excluindo-os, eram considerados como um resto, algo a mais na sociedade.



É por isso que Yeshuah a todos toca, porque não vive como os pobrezinhos… ele é mesmo um pobre com eles. Vive no meio deles… toca-os!
É visto por todos como verdadeiramente puro, nada nele trás más notícias ou infelicidade.
Quem o toca ou se deixa tocar por ele é contagiado por esta força que dele emana. Os impuros ao tocá-lo, não o tornam impuro.

É a verdade do Yeshuah que os contagia e os “limpa”!
É a dignidade do Yeshuah que os olha e os toca, que os dignifica!
É a vida do Yeshuah que os contagia de saúde e vitalidade, porque trás a esperança, a alegria, a paz de Deus que é Amor, é Pai deles, está próximo, está aqui com a lógica do Seu Reino, e por isso faz deles os primeiros a serem convidados a Entrar nele, e ainda que se sintam indignos, sujos ou impuros, Yeshuah cativa-os, quase obrigando-os a entrar e fazendo-os acreditar:
“Tu mereces ser feliz!”

Ao longo de toda a nossa história, e da nossa História ouviremos sempre o eco do Servo que diz ao Dono da Festa:
“Fiz o que me pediste, e ainda há lugar!”
Enquanto a “Sala” do Reino não se encher, o Servo sempre partirá, Sairá para procurar, chamar e fazer Entrar os convidados…
… só depois começará plenamente a Festa…!

2 comentários:

Alma Rebelde disse...

Interessante verificar que Jesus veio por todos mas que o alvo preferencial d'Ele eram os pecadores,e tão bem que os acolhia...
Abraço em Cristo

Anónimo disse...

Há momentos em que as palavras não querem sair... Ficam guardadas no silêncio. É assim que eu fico na maior parte das vezes que passo por aqui.

Mereces muuuuuuuuuuuuuuitos abraços!

Muito obrigada por tí.