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É sempre bom lembrar







O reinado de Deus, tal como Jesus o apresenta, representa a mudança mais radical de valores que jamais se pode anunciar. É a negação e a mudança, desde os alicerces, do sistema social estabelecido.
Este sistema, como sabemos bem, baseia-se na competitividade, na luta do mais forte contra o mais débil e no domínio do poderoso sobre aquele que não tem poder.
O reino de Deus é algo que tem que suportar o confronto e a contradição. Porquê?
Todos os que disfrutam e se vêem privilegiados na sociedade presente é evidente que não querem outra sociedade. Por isso a pregação do reinado de Deus é uma coisa que não se pode realizar impunemente porque ameaça directamente contra esta ordem de coisas.
J.M.Castillo


A lógica deste sistema encontramo-la todos os dias da semana nos nossos empregos, e muitas vezes ao fim-de-semana na nossa Igreja (é preciso não ter medo de o admitir)
É só nossa, a missão de ser a "ameaça" provocativa de mudança

Quando lemos, na Boa Notícia segundo Mateus, Jesus a dizer "Não pensem que eu vim trazer a paz ao mundo. Não vim trazer a paz, mas a espada" (Mt10,34), certamente não será para voltarmos ao tempo das guerras violentas que chamámos de santas, de espada em punho, a tirar a vida a todos os "infiéis".
Mas também não se trata da atitude tão espiritual, tão espiritual que se perde no vazio, no ar, tantas vezes com super actividades para demonstrar a nossa fé, e tão simbólicas, tão simbólicas que acabam por não significar nada de concreto, e sem ser atitude provocadora daquela mudança que a urgente emergência do reinado de Deus nos exige.

Sem dúvida que Jesus é o homem mais provocante e ousado que conheço.
Que os seus verdadeiros discípulos continuem sê-lo também.




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